Após aceno a Coronel, Otto nega aproximação do PSD com oposição

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Após aceno a Coronel, Otto nega aproximação do PSD com oposição

Senador minimiza gesto de Tiago Correia a Angelo Coronel e garante que qualquer decisão do partido será tomada de forma coletiva, sem risco de rompimento com o governo

Foto: Divulgação 

Por Mateus Soares, Tribuna da Bahia, publicado em 23/08/2025

O senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia, minimizou a aproximação entre o líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB), e o senador Angelo Coronel (PSD). Otto disse que “não existe atração” entre seu partido e a oposição ao governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Ele ressaltou que qualquer decisão política da sigla precisa ser tomada de forma coletiva. “Não existe esse negócio de atração. Para o PSD, para qualquer lugar, tem que falar comigo. Passa por mim, passa pelos deputados estaduais, pelos deputados federais, pelos prefeitos. Qualquer decisão eu vou tomar ouvindo todos, do vereador ao Coronel, do deputado estadual ao federal”, afirmou Otto em entrevista divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Bahia Notícias.

Na semana anterior, vale lembrar, o tucano Tiago Correia havia declarado apoio à candidatura de reeleição de Coronel durante visita a Guanambi. O gesto foi interpretado como resposta às especulações de que o senador poderia não integrar a chapa governista em 2026, diante da possibilidade de o PT lançar uma composição “puro-sangue” para o Senado.

Para Otto, o episódio não altera o alinhamento do PSD com o governo Jerônimo nem representa risco de ruptura. “Eu não conheço um candidato, seja proporcional ou majoritário, que recebendo apoio diga ‘não quero seu voto’. Coronel é do PSD, que está na base do governo. Ele recebeu o apoio, como qualquer candidato faria, mas isso não muda a posição do partido”, disse.

Ainda segundo Otto, a legenda continuará apoiando Jerônimo Rodrigues e só tratará do cenário eleitoral quando houver um ambiente mais adequado. “Conversar agora é precoce, desnecessário e prejudicial ao andamento do governo. O governador quer o voto de todos, não quer perder voto. Uma voz isolada não resolve nem para Coronel nem para ninguém”, concluiu.

Nos bastidores, a possibilidade de uma chapa majoritária formada exclusivamente pelo PT em 2026 tem ganhado força. O desenho incluiria Jerônimo disputando a reeleição, Jaques Wagner (PT) em busca da reeleição no Senado e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também concorrendo a uma vaga no Senado, deixando Coronel de fora.

Recentemente, à rádio Sociedade da Bahia, Coronel comentou a possibilidade de integrar a chapa de ACM Neto (União Brasil) em 2026. Diante da atual situação, ele não descartou uma composição com o ex-prefeito de Salvador. “Na vida pública, tudo pode acontecer.

Até o final do ano, muita coisa pode acontecer. É isso que procuramos fazer, deixando sempre as portas abertas. Neto é meu amigo particular, mantemos conversa, ele frequenta minha casa”, afirmou.

Por TRIBUNA DA BAHIA