Partido subscreve o 35º pedido de impedimento do presidente, apresentado nesta quinta-feira pela oposição
Liderado pelo PT, o 35º pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, protocolado na manhã desta quinta-feira, 21, tem como base acusações feitas por um dos principais algozes da sigla, o ex-ministro Sérgio Moro. Como juiz da primeira instância, Moro foi responsável por condenar a principal figura da sigla, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à prisão.
Diferentemente de outras legendas de oposição, como a Rede, o PT levou cerca de um mês para decidir como se posicionar de forma concreta diante da denúncia feita por Moro, no final de abril, de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Apesar de investigadores avaliarem que o depoimento do ex-ministro da Justiça pode não indicar necessariamente um crime do presidente, as declarações representam um alto risco político ao chefe do Executivo.
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), afirma que as acusações de Moro contra Bolsonaro não são o ponto central do pedido feito nesta quinta pelo partido, e sim a conduta do presidente frente à pandemia. “Para nós, a acusação de Moro é um detalhe que precisa ser investigado. E investigar o Moro e ele (Bolsonaro), porque o Moro só foi denunciar no dia em que foi contrariado (sobre a mudança comando da PF). Mas não é o centro do pedido de impeachment, o principal é a pandemia, a eugenia dessas ações do governo”, disse o parlamentar ao Broadcast/Estadão.
No pedido de impeachment, a oposição denuncia Bolsonaro por uma série de motivos, que inclui as denúncias de interferência na PF feitas por Moro ao deixar o governo. O documento cita até trechos do pronunciamento que o ex-ministro da Justiça deu ao anunciar sua demissão do governo Bolsonaro. Na ocasião, parlamentares da sigla criticaram Moro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse que a entrevista do ex-ministro era “uma confissão de crimes e uma delação contra Bolsonaro”.
Nos bastidores, no entanto, não há expectativa de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceite o pedido nas próximas semanas, a menos que surjam novos fatos.
Fonte: Estadão