Ministro da Casa Civil considera que petisa ficar de fora da próxima eleição ‘não é fato consumado’
Por Gustavo Schmitt, O Globo — São Paulo
Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dito diversas vezes na campanha eleitoral que não disputaria um novo mandato, o recém-empossado ministro Rui Costa, da Casa Civil, afirmou na noite desta segunda-feira (02), que considera a possibilidade de o chefe tentar a reeleição.
O ministro é um dos mais fiéis aliados do presidente Lula. A declaração foi feita ao programa Roda Viva, da TV Cultura:
— Vocês estão partindo de um fato consumado de que o Lula não irá disputar a eleição (…). Eu não parto desse fato consumado.
Em seguida, ao ser cobrado pelos jornalistas da bancada do Roda Viva sobre a promessa de Lula de não voltar a concorrer a um mandato, Costa tentou desconversar, mas acabou reafirmando a possibilidade de o petista não deixar o poder em 2026.
— Lula falou de coração considerando a sua trajetória e a volta dele pra consolidar a democracia. Mas, se tudo der certo, faremos um governo exitoso. E se Lula continuar com energia e o tesão de 20 anos, quem sabe ele faça um novo mandato.
‘Seitas’ bolsonaristas
Ao comentar sobre a persistência dos acampamentos golpistas de bolsonaristas em frente aos quartéis, o ministro disse que os manifestantes se “comportam como seitas” e disse que trata-se apenas de uma minoria da população.
Em outro momento, Rui Costa foi questionado sobre como a nova gestão vai dialogar com o agronegócio. Ele disse discordar de que a revogação de decretos de flexibilização de armas desagradaria o setor.
— Eu não diria que o agro quer armas. O agro quer produzir alimentos, proteína, milho — afirmou Costa.
O ministro da Casa Civil ainda comentou sobre a agenda de reformas do terceiro governo Lula. O ministro disse que a reforma tributária precisa ser feita ainda este ano para promover justiça social e fazer com que os mais ricos paguem mais impostos do que os mais pobres. Ele ainda defendeu mudanças no marco de saneamento e revogações de decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro que regulamentaram a lei.
O Globo