Paulo Souto revelou o motivo de ter saído dos holofotes após perder a eleição para o Governo do Estado em 2014 para Rui Costa 

Por Henrique Brinco, Tribuna da Bahia 

O ex-governador e histórico adversário do PT na Bahia, Paulo Souto, revelou o motivo de ter saído dos holofotes após perder a eleição para o Governo do Estado em 2014 para Rui Costa (PT), que registrou 54% da preferência do eleitorado. Desde a derrota, o veterano da política tem evitado ocupar palanques e participar das grandes articulações da oposição. 

“Eu fui mais para uma área administrativa. Fiquei cinco anos na Secretaria da Fazenda, mas uma coisa que eu nunca deixei de fazer é acompanhar as questões da Bahia. Isso eu faço até hoje, embora sem fazer manifestações públicas constantes a respeito disso, mas eu acompanho, tenho grande interesse”, declarou, em entrevista ao podcast PodZé, da BNewsTV. 

Souto disse ainda que se interessa muito e procura conhecer os problemas da Bahia. “De alguma forma até estudo alguns desses problemas, ainda que em uma linha um pouco afastada, sem participar da movimentação política. Esse foi o partido que eu tomei, mas nunca afastei a minha atenção às questões relativas à Bahia. Ainda me considero razoavelmente atualizado sobre as questões da Bahia”, completou.   

Ele também fez uma avaliação sobre a hegemonia da sigla no Governo da Bahia nos últimos anos e a dificuldade de a oposição vencer a sigla na Bahia. “Quem tem de responder de alguma forma é a população do estado que a partir de certo momento entendeu que o PT era a melhor opção. Eu não quero aqui contestar a decisão da população”, ressaltou. 

De acordo com o ex-governador, o “período grande de predomínio do PT no estado está relacionado também ao prestígio do presidente Lula, principalmente nos estados nordestinos, como essa última eleição acabou de provar”. 

“Claro que não é só isso, mas eu acho que houve e continua existindo uma influência muito grande. Eu não diria que foi incompetência [da oposição], eu acho que é uma contingência da política. Nós também, durante certo tempo, tivemos 16 anos alternando governadores no estado”, emendou.   

Provocado se ACM Neto (União) teria cometido o mesmo erro ao entrar na eleição do ano passado confiante de que iria vencer, o ex-governador fez uma autocrítica. “Eu fiz algumas coisas que podem ter dado essa impressão”, ressaltou. 

Ainda na entrevista, Souto negou que sinta qualquer mágoa do senador Otto Alencar (PSD) – que já foi aliado histórico do falecido senador Antônio Carlos Magalhães. Os dois, inclusive, se encontraram no último final de semana na entrega da comenda Dois de Julho – Libertadores da Bahia. “Nos cumprimentamos normalmente”, garantiu.

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