A empregada doméstica e coordenadora do MTST foi eleita deputada estadual por São Paulo com 175 mil votos
Diplomada no dia 19 de dezembro como deputada estadual em São Paulo pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Ediane Maria do Nascimento, 39, quer que o “o trabalhador se perceba como ser político” e que as periferias estejam no centro das decisões.
Eleita neste ano com 175 mil votos, a coordenadora do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e moradora de Santo André, no ABC Paulista, conversou com a Agência Mural sobre os desafios do primeiro mandato e como atuará a partir de março de 2023 quando tomará posse.
“Um dos objetivos é humanizar a política e trazer a periferia como centro do debate, até para desmistificar o que é o trabalho dos candidatos eleitos”, diz. “Não haverá política se a gente não reivindicar nossas prioridades”.
Nascida em Floresta, no sertão de Pernambuco, Ediane é a sétima de oito irmãos. Mãe solo, negra, periférica e se identificando como parte da comunidade LGBT+, chegou em São Paulo com 18 anos, em 2002, para trabalhar como babá e empregada doméstica, seguindo o mesmo ciclo da mãe.
Trabalhou no ramo por mais de 20 anos em casas de bairros centrais de Santo André e São Paulo. Em 2017, entrou no MTST, no qual fundou também o Movimento Negro Raiz da Liberdade.
Ediane Maria quer debater os desafios e a necessidade de levar pautas periféricas e dos movimentos de moradia para dentro da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
Terra