Senador baiano avalia que afastamento de Ednaldo é injusto e contesta pressão de RJ e SP

Por Lula Bonfim, A Tarde, Salvador, publicado em 17 de Dezembro de 2023

O senador Jaques Wagner (PT-BA) admitiu, na manhã deste domingo, 17, que está atuando politicamente para devolver o baiano Ednaldo Rodrigues à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

De acordo com ele, a intervenção decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) na instituição foi equivocada.

O petista ainda questionou os reais motivos que estariam por trás do movimento de bastidores contra Ednaldo Rodrigues, focados especialmente em forças políticas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

“Fiz e faço [movimentos a favor de Ednaldo]. Continuo fazendo. A eleição de Ednaldo, até onde meu olho enxerga, foi absolutamente correta. Evidentemente, eu vou sempre torcer, estando com coisas certas, pelos baianos.

É a primeira vez, que eu saiba, de um presidente da CBF nordestino e baiano. Qual é o problema? É essa a zanga de São Paulo, Rio, sei lá quem?”, apontou Wagner.

O senador baiano ainda reforçou as informações de que a movimentação para derrubar Ednaldo na CBF seriam de antigos caciques da instituição.

Aliados do dirigente baiano apontam os ex-comandantes do futebol brasileiro Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero — hoje banidos pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) por envolvimento em casos de corrupção — como responsáveis pela articulação.

“Ele [Ednaldo] tem a carta de 26, 27 ou 25 federações apoiando ele. Na verdade, são as velhas práticas que eventualmente querem voltar ao comando da CBF, de triste memória. É evidente que estão aproveitando um momento complicado, porque nas Eliminatórias a Seleção não vai bem. E aí é óbvio que o pessoal joga com a paixão do povo, para dizer que tem que tirar ele”, criticou.

Torcedor do Bahia, Wagner estaria contando ainda com o apoio do também senador Otto Alencar (PSD-BA), torcedor do Vitória, na batalha para devolver Ednaldo Rodrigues ao posto para o qual foi eleito na CBF.

“Eventualmente [quando o time vai mal] tem que tirar o diretor de futebol, tem que tirar o técnico. Mas não vejo porque tirar o presidente da CBF. Então, eu realmente estou brigando.

Estou fazendo meu esforço onde eu posso, para que ele tenha tranquilidade de continuar dirigindo essa entidade maior da paixão que é o futebol brasileiro”, concluiu o senador.

A Tarde