O socialista sugeriu que o prefeito soteropolitano vai sofrer, se o democrata for candidato ao governo da Bahia em 2022, caso o chefe do Palácio do Planalto permaneça com alta impopularidade
O deputado federal Marcelo Nilo (PSB) disse, ontem, que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), terá “dificuldades” para se afastar do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O socialista sugeriu que o prefeito soteropolitano vai sofrer, se o democrata for candidato ao governo da Bahia em 2022, caso o chefe do Palácio do Planalto permaneça com alta impopularidade. “Ele apoiou Bolsonaro no segundo turno. Ele vai ter dificuldades de se afastar de Bolsonaro. Não tenho a menor dúvida. Na eleição municipal, não funciona com a federal. Mas, no estado em 2022, (sim)”, declarou Nilo, em entrevista à rádio Metrópole.
Para Nilo, o candidato do governo será o senador Jaques Wagner (PT). Na avaliação do parlamentar do PSB, o apoio de Wagner para eleger o assessor Éden Valadares como presidente do PT da Bahia é a prova de que o congressista petista quer ser postulante ao Palácio de Ondina daqui a dois anos. “Se ele queria o controle do PT, é porque ele quer ser candidato a governador. Eu quero ser governador. Estou trabalhando para ser candidato, mas tenho que criar condições objetivas. Eu faço pesquisas constantemente e eu só perco para ACM Neto e Jaques Wagner. Eu sou terceiro. Eu ganho para Leão. Ganho para Otto Alencar. Eu tenho um nome conhecimento. Se Jaques Wagner for candidato, eu terei dificuldades de sair contra Jaques Wagner. Não que eu deva a ele, mas temos uma relação”, frisou.
Sobre a eleição de 2020, Nilo afirmou que o governador Rui Costa (PT) cometeu um “equívoco político” ao não ter um candidato apenas para disputar a prefeitura de Salvador. O deputado criticou a grande presença de ex-carlistas na gestão do petista. “É justo que 50% do secretariado de Rui Costa venha do carlismo? É justo que, de três senadores, dois sejam ex-carlistas? É justo que dos 43 parlamentares do governo, 60% venham do carlismo? Valeu a pena eu lutar tanto para derrotar o carlismo e ver o carlismo dentro do governo? É uma coisa que dói. Eu tenho uma história. Eu lutei muito”, pontuou.
Para Nilo, há motivos hoje para o presidente Jair Bolsonaro sofrer impeachment. “Ele tem 20% da população. Então, esse 20% é muito radical que vai para rua. Os 80% não vão por quê? Porque o Brasil não pode sofrer então curto tempo outro impeachment. Eu mesmo sou contra um pedido de um impeachment neste momento. Motivo já tem porque Dilma e Collor foram cassados por muito menos. Agora, nós não temos condições politicamente, neste momento. Se faz um pedido de impeachment, a economia vai lá para baixo. O país para. Então, o que eu defendo hoje é que as instituições, principalmente, o Congresso Nacional tenham mais respostas eficazes para dar limites”, declarou.
Nilo disse ainda que será o próximo coordenador da bancada da Bahia, em lugar do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB). “Eles (os parlamentares) sabem que entre qualidades e defeitos, eu tenho uma que me orgulho muito. Eu tenho palavra. E quando eu assumo compromisso, eu cumpro. Dos 39 parlamentares, 35 já assinaram. Dos três senadores, um já assinou e Otto disse que vai assinar”, declarou. O deputado disse que cometeu um erro na política. “Eu cometi um erro que foi primário, que hoje eu não cometeria. Eu não fiz um partido. Eu não tinha um partido. Eu me sentia tão forte politicamente que eu cheguei a ter 60 prefeitos. E cometi um erro primário que foi não ter um partido. Em 2014, Leão foi escolhido como vice e eu era muito mais forte do que Leão. E ele foi escolhido porque tinha um partido”, pontuou.
Fonte: Tribuna da Bahia