Fundado em 2022, banco já firmou parceria com município baiano; iniciativa quer alcançar 1,5 milhão de produtores até o final do ano
A agricultura familiar, conhecida por ser constituída de pequenos e médios produtores rurais, se destaca por ser a maior responsável pela chegada da comida à mesa dos brasileiros.
Segundo o último Censo Agropecuário, realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor responde por 70% dos alimentos que o país consome e também é responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas nacionais.
Esses pequenos e médios produtores, no entanto, enfrentam diversas dificuldades para seguir em frente e não contam com a mesma facilidade dos grandes produtores que estão no mercado.
Um dos principais percalços está na burocracia de se obter financiamento em instituições financeiras tradicionais para a compra de equipamentos e insumos destinados à produção no campo.
Pensando nesse cenário, surgiu nesse ano uma iniciativa que tem o objetivo de facilitar o caminho para esses produtores. Trata-se do Banco Agro, uma instituição financeira digital voltada à agricultura familiar. Fundado no final de março deste ano, o banco tem a premissa de oferecer um acesso fácil, sem burocracia e com prazos curtos para a aprovação de créditos, se diferenciando dos bancos tradicionais.
A ideia surgiu através de produtores de milho e soja, que enfrentavam dificuldades para obter financiamento no início de seus projetos. Cansados das barreiras, eles decidiram fundar o Banco Agro.
“Fomos trabalhando no sentido de fazer alguma coisa por esses produtores. Queremos ajudar aquele pequeno produtor que foi abandonado pelas instituições financeiras, e com as taxas mais baratas no mercado, chegando perto daquele homem do campo, esforçado, que está sendo extorquido pelos produtores de semente, vendedores de adubo, de maquinário”, afirmou ao BNews o vice-presidente da instituição, Richard Posse.
Com o objetivo de expandir sua área de atuação e se lançar ainda mais no mercado, o banco esteve presente na última edição da Bahia Farm Show, realizada neste mês em Luís Eduardo Magalhães, no extremo-oeste do estado. Lá, foi firmada uma parceria com a prefeitura do município com o objetivo de atender um grupo de produtores que receberam a titularidade de suas terras, ou seja, regularizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Por sinal, foi na Bahia Farm Show também que, segundo Richard Posse, médios e pequenos produtores que estavam lá reforçaram suas queixas em relação à burocracia com bancos tradicionais. “Reclamam justamente da demora em se analisar os pedidos de empréstimo e financiamento. Lá no nosso stand, muitos chegaram e reclamavam que estavam há seis meses esperando por uma resposta, por um ‘sim’ ou um ‘não’. O diferencial é que entendemos a necessidade do agro”, completa.
Ainda de acordo com o vice-presidente, no Agro, ao contrário do que ocorre em outros bancos, o tempo médio de resposta, dependendo do volume do capital do produtor, chega a no máximo 30 dias, já com a assinatura dos contratos. O objetivo da instituição, diz Richard, é chegar ao final de 2022 atendendo a 1,5 milhão de pequenos e médios produtores rurais em todo o Brasil.
Plano Safra
Com a liberação de cerca de R$ 1 bilhão de crédito suplementar para financiar o Plano Safra 2021/2022 ocorrida no começo de junho através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), novas operações serão disponibilizadas para diversas instituições financeiras.
Através da iniciativa federal, o Banco Agro afirma que os pequenos e médios produtores já podem contratar financiamentos com taxas competitivas. Segundo a instituição, a possibilidade de empréstimo é um incremento à parceria recentemente firmada com prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, para beneficiar famílias que tiveram suas terras regularizadas pelo Incra durante a Bahia Farm Show.
A obtenção de crédito, abertura de contas e demais serviços bancários do banco podem ser acessados através do endereço eletrônico bancoagropagamentos.com.br.
Bnews