O nome de Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, voltou a ganhar força nos últimos dias para ser a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL-RJ) que disputará a reeleição. Até o momento, o principal cotado é Walter Braga Netto (PL), general da reserva e ex-ministro da Defesa. No entanto, líderes do PP, PL e Republicanos estão defendendo incisivamente que o presidente opte pela ex- ministra para tentar melhorar sua proximidade junto às eleitoras e angariar votos femininos.
As últimas pesquisas de intenção de voto que mostraram uma estagnação nos números do presidente Jair Bolsonaro e a possibilidade de o ex-presidente Lula vencer, inclusive, no primeiro turno fizeram com o que centrão voltasse a insistir com Bolsonaro sobre a opção de vice. Na última pesquisa Datafolha, Lula teve 54% dos votos válidos e Bolsonaro 30%. Entre as mulheres, o petista vence de 49% a 23%.
Na terça-feira (14), Bolsonaro falou a jornalistas no Palácio do Planalto sobre a escolha de seu vice. Ele disse que Braga Netto é “um nome que é palatável, é um nome de consenso, que sabe conversar com o Parlamento. É um colega meu da Academia Militar, um ano mais novo que eu. Ele pode ser o vice”. No entanto, o presidente também acrescentou: “alguns querem a Tereza Cristina, um excelente nome também. Mas isso vai ser definido mais tarde”. Até o momento, Tereza Cristina faz pré-campanha por uma vaga no Senado por Mato Grosso do Sul.
Ex ministra da Agricultura, Tereza Cristina
Desde fevereiro, porém, a escolha de Braga Netto já era dada como certa nos bastidores mesmo que ainda não tenha sido anunciada oficialmente. A decisão de Bolsonaro, junto ao seu círculo mais próximo, foi alimentada por uma teoria que soa quase como conspiração. Na visão de Bolsonaro, a escolha de um vice que integrasse os partidos do centrão fazia com que o presidente temesse sofrer uma tentativa de golpe seis meses depois em um eventual novo mandato.
A última pesquisa Datafolha e as demais que saíram nos últimos dias deixaram os bastidores da campanha de Bolsonaro em alerta. A ala política avalia que o quadro é muito difícil e está discutindo medidas para tentar melhorar os números. Um dos pontos discutidos é a agenda do presidente.
Também existem conflitos dentro da família Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) critica as ações da ala política e as inserções na televisão e defende que o presidente continue falando para sua base junto às redes sociais. Já a ala política, que conta com apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha, acredita que é necessário ampliar o discurso e a aproximação de Bolsonaro com diferentes faixas do eleitorado.
Uol