O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se pronunciou durante o Carnaval sobre a mudança no comando da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou o ex-presidente Adolfo Menezes (PSD) e abriu caminho para que Ivana Bastos (PSD) se torne a primeira mulher a presidir a Casa em 190 anos de história.

“Depois de 190 anos, a gente ter uma mulher sentada pela primeira vez na Assembleia, na Presidência da Câmara [Assembleia], é um sinal positivo nesse mês de março, mês da mulher”, afirmou o governador durante coletiva de imprensa.

Jerônimo também destacou a importância de preservar a estabilidade política da ALBA e revelou sua intervenção para garantir um desfecho pacífico na transição. “O posicionamento do governador é que a gente respeite a proporcionalidade e assim foi feito. Pedi que pudesse ser retirada a candidatura do PT com Rosemberg [Pinto] para garantir essa tranquilidade”, explicou. Sobre a interlocução com os envolvidos, o petista detalhou a conversa que teve com Adolfo Menezes e Ivana Bastos. “O que eu conversei muito rapidamente com Ivana e com Adolfo é que uma decisão foi tomada no Supremo. Isso agora é devolvido à Assembleia para que a Assembleia tome as decisões no que está posto lá. Não é uma decisão judicial que vai acontecer: se é uma eleição ou se é a subida da vice para ser presidente definitivamente”.

Jerônimo reforçou que a própria Assembleia deve decidir sobre a sucessão na Mesa Diretora e que sua atuação como chefe do Executivo não interferirá nas decisões do Legislativo. “A

Assembleia vai tomar a decisão e aí passa-se a ter uma eleição para uma nova vice ou um novo vice. Eu vou continuar fazendo meu trabalho de poder executivo, que não deve e não vai interferir no poder legislativo. Isso está mantido. Torcida eu tenho: vou torcer para que a Assembleia saia mais forte”.

A mudança na presidência da ALBA foi resultado de uma ação movida pelo deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), que contestou a reeleição de Adolfo Menezes, baseada na jurisprudência do STF que veda a recondução para um terceiro mandato consecutivo nas Assembleias Legislativas estaduais.

Por Tribuna da Bahia