No dia 12 de Agosto de 2021, as 14horas, recebi uma ligação do meu amigo e colega de rádio, Val Rodrigues (Bocão de Guanambi), me falando que gostaria que eu fosse com ele numa entrevista no dia seguinte, na casa do prefeito de Guanambi e ex governador da Bahia, Nilo Coelho, por ocasião das festividades de aniversário de Guanambi, e que seria realizado o anuncio de um pacote de obras da gestão municipal.

Eu prontamente disse que iria sim, e ao desligar o telefone, não sei porque, me veio a memória, uma conversa que tive com o ex prefeito de Guanambi, Dr. Ariovaldo Boa Sorte. Estávamos em um evento na Câmara de Vereadores de Guanambi, eu sentado ao lado de Dr. Ariovaldo, na platéia, o então prefeito da época, Charles Fernandes (que estava rompido com Nilo e vez ou outra criticava o ex governador), fazia uso da palavra no púlpito da câmara de vereadores, quando de repente, Dr. Ariovaldo disse para mim: “Tá vendo ali, Charles Fernandes?” Quando era Secretário de Infraestrutura na minha gestão, me pediu: “Me leva na casa de Nilo. Eu nunca fui lá”, teria dito Charles Fernandes para Dr. Ariovaldo.

Tão logo restabelecido da lembrança daquela conversa com Dr. Ariovaldo, me pus a memorizar que Val Rodrigues falou para nos encontrarmos às 06horas da manhã, de frente a casa de Nilo Coelho, do dia seguinte e para não atrasar, pois a entrevista seria as 07horas, mas antes teria os preparativos e testes dos equipamentos para a entrevista.

No outro dia (13/08), véspera do aniversário de Guanambi, cheguei as 06horas da manhã, em frente a casa de Nilo Coelho, e Val Rodrigues já estava lá, acompanhado de Tonny Nogueira, que estava com o carro cheio de equipamentos, fios, microfones, aparelhos de tv para transmissão da entrevista nas redes sociais também. Os dois com roupas sociais, muito alinhados, afinal era entrevista muito aguardada com o ex governador da Bahia, Nilo Coelho.

Nal Azevedo, o vice prefeito, estava frenético, falando ao telefone com alguém, não sei quem. Daqui a pouco, alguém abre o portão, fomos convidados a entrar, chegamos a uma sala, depois outra sala, uma mesa comprida, sentamos. Eu, Val Rodrigues, Nal Azevedo (Nal começou novamente falar ao telefone), quando de repente, Nilo Coelho chega, espia numa porta e diz em tom de brincadeira: “Que converseiro é esse aí?”.

Nilo Coelho, muito simpático, sentou-se. Daqui a pouco veio uma moça da cozinha, colocou o café e quando olhei Val Rodrigues saiu por ali (acho que pra ajeitar os microfones); Nal Azevedo, também saiu por ali (acho que pra ligar pra alguém) e fiquei ali sentado, tomando um cafezinho, do outro lado da mesa Nilo Coelho.

Conversa vai, conversa vem. Nilo Coelho, do nada, começou falar para mim, informalmente, da história política dele, das campanhas, das parcerias políticas, do apoio que havia dado em Guanambi e região a Luiz Eduardo Magalhães e que tinha feito uma promessa a Luiz Eduardo de dar ao então candidato a deputado, uns vinte e dois mil votos. Terminada a eleição, conseguiu dar ao filho de ACM (Cabeça Branca), vinte e dois mil, oitocentos e vinte e dois votos. Ao que Luiz Eduardo lhe agradeceu muito.

Na eleição seguinte, (prosseguia Nilo Coelho), quando já havia rompido com Luiz Eduardo Magalhães, e Nilo apoiado outro candidato, o filho de ACM não teve nenhum voto em Guanambi, disse Nilo Coelho. E em um evento em Feira de Santana, posteriormente, Nilo se encontrou com Luiz Eduardo, que reclamou em tom de brincadeira e espanto: “Como pode. Dessa vez, que não estive com você, não tive nenhum voto em Guanambi!”, relembrou Nilo Coelho, dando risadas.

Conversa vai, conversa vem. Nesse momento, senta-se ao nosso lado, o publicitário Edésio (que trabalhou o marketing na última campanha de Nilo Coelho, para prefeito de Guanambi). Val Rodrigues e Nal Azevedo haviam sumido (não sei para onde tinham ido). Edésio começou tomar o cafezinho e Nilo Coelho continuava a contar as histórias políticas para mim.

Conversa vai, conversa vem. De repente, Nilo disse: “Eu estava em Brasilia, numa convenção do MDB, fiquei enconstado por ali, num lugar, perto de um batente, e tinha uma mulher que me perguntou quem era eu. Disse a ela que eu era da Bahia e amigo do pessoal que estava lá dentro. Na conversa, do nada, a mulher me disse: Você vai ser governador da Bahia, e não vai demorar”. Nilo disse que não deu muita importância não à previsão daquela mulher.

Conversa vai, conversa vem (já era quase 7horas da manhã, prestes a começar o programa de Bocão), e Nilo Coelho continuava a conversar comigo, ali na mesa, numa sala antes da cozinha, quando me disse: “Eu tinha muito contato e muita amizade com Sérgio Carnerio, filho do governador João Durval e certa época, estávamos numa cidade pequena e Sérgio (que gostava de falar com videntes), passou numa casa e pediu pra que eu entrasse. Eu não queria não, mas acabei entrando, e uma mulher me recebeu, pegou em minha mão, olhou…olhou… e disse: Você vai ser governador da Bahia, e não vai demorar”, falou Nilo Coelho, dando risadas e dizendo que não havia dado muita importância a mais aquela previsão de alguém que ele não conhecia.

Pouco tempo depois, Nilo Coelho foi governador da Bahia, e fez muito por Guanambi, numa demonstração de carinho e gratidão pela sua terra que ele gosta de chamar “MINHA QUERIDA GUANAMBI”.

Por Salvany Cotrim