Parlamentar voltou atrás e se justificou dizendo que uma comissão agora se tornaria em “palanque eleitoral”
 
BRASÍLIA – O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) anunciou neste sábado a retirada de sua assinatura do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação (MEC).
 
O anúncio representa uma vitória para o governo Bolsonaro, que montou uma força-tarefa para barrar a abertura do colegiado.
 
Nesta sexta-feira, o autor do pedido, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), havia anunciado que conseguira reunir as 27 assinaturas necessárias para instalar a comissão. Uma delas era a do senador Oriovisto, que voltou atrás e disse em suas redes sociais que “uma CPI tão próxima das eleições acabará em palanque eleitoral”.

“Resolvi retirar a minha assinatura da CPI do MEC. Continuo acreditando que existem fatos graves no MEC que precisam ser investigados. Porém, uma CPI tão próxima das eleições acabará em palanque eleitoral”, escreveu ele, acrescentando que considera melhor uma “investigação imparcial e técnica” feita pela Polícia Federal e o Ministério Público e não pelo Senado.

Governistas já vinham declarando desde ontem que três senadores foram convencidos a retirar a assinatura do pedido. O movimento de pressão em cima dos parlamentares tem sido capitaneado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que classificou o pedido de CPI como um “disse-me-disse sem provas”.

A estratégia do Palácio do Planalto é justamente a de esvaziar o apoio antes de o requerimento ser protocolado na Casa para evitar o que aconteceu na CPI da Covid em 2021. No caso em questão, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que colegiado fosse criado. Por isso, o governo tenta “matar” a iniciativa na origem, impedindo que Randolfe consiga reunir o apoio necessário.

O Globo