JAIR BOLSONARO é o quarto ex-presidente preso no Brasil

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JAIR BOLSONARO é o quarto ex-presidente preso no Brasil

Lula, Temer e Collor também foram detidos por decisões judiciais após deixarem o cargo

Por CNN, São Paulo, publicado por Letícia Martins,
04/08/25

PRISÃO DE BOLSONARO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4/08) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A medida foi tomada após descumprimento de medidas cautelares, como a proibição de uso de redes sociais — inclusive por meio de terceiros.

Além da prisão domiciliar, Moraes também determinou a proibição de visitas (exceto familiares próximos e advogados) e a apreensão de todos os celulares disponíveis na casa de Bolsonaro, em Brasília.

Por que Bolsonaro está em prisão domiciliar?

Segundo o ministro, Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados — entre eles, os filhos parlamentares — para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Moraes cita como exemplo uma postagem feita no domingo (3) na conta do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com um vídeo do ex-presidente mandando uma mensagem a apoiadores em manifestação no Rio de Janeiro. A publicação foi apagada horas depois.

“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu

Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é a quarta pessoa a ocupar a Presidência da República presa desde a redemocratização.

Além de Bolsonaro, Fernando Collor (sem partido), Michel Temer (MDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já foram presos.

Relembre os casos:

FERNANDO COLLOR

Fernando Collor de Mello, ex-senador e ex-presidente da República • Antônio Cruz/Agência Brasil

A prisão de Collor ocorreu em Maceió, Alagoas, às 4 horas da manhã do dia 24 de abril deste ano, quando estava se deslocando para Brasília, para cumprimento espontâneo da decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Em maio, o Supremo autorizou o ex-presidente a cumprir pena em prisão domiciliar, após a defesa de Collor comprovar que ele sofre de doenças graves, como Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar. O benefício foi concedido em caráter humanitário.

Fernando Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por envolvimento em um esquema de corrupção na BR Distribuidora.

MICHEL TEMER

Michel Temer, ex-presidente da República (2016-2018) e ex-presidente da Câmara (1997-2001; 2009-2010) • Jane de Araújo/Agência Senado

Presidente da República entre 2016 e 2018, Temer foi preso preventivamente em março de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.

A prisão ocorreu âmbito da Operação Descontaminação, que investigou um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes de licitação e cartel em relação à construção da usina nuclear Angra 3, localizada no Rio de Janeiro.

A ação foi um desdobramento da Lava Jato. Em delação premiada à PF (Polícia Federal), o engenheiro e empresário José Antunes Sobrinho disse que o ex-presidente estaria ciente do pagamento de R$ 1,1 milhão em propina a ele.

Temer foi solto após decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). Ele ficou preso por quatro noites no prédio da Polícia Federal.

LULA

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva • Ricardo Stuckert /PR

O presidente Lula foi preso em abril de 2018, também alvo da Lava Jato.

O petista foi condenado em 2017 pelo então juiz e hoje senador Sergio Moro, que atuava na 13ª Vara Federal de Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).

De acordo com a decisão da época, Lula teria recebido o imóvel como propina da construtora OAS (atual Grupo Metha) em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras, o que o petista nega.

Lula se entregou no Sindicato dos Metalúrgicos, localizado no ABC Paulista, São Paulo. Ele passou 580 dias preso em Curitiba, sendo liberado em novembro de 2019 após decisão do STF.

Por CNN, SÃO PAULO publicado por Leticia Martins em 04/08/2025