Deputado JORGE SOLLA aciona PGR e acusa BOLSONARO de crime contra soberania por passar informações a TRUMP
Bolsonaro já é réu no STF no caso da trama golpista de 2022 e cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, além de ser alvo de uma série de outros inquéritos
Por Iander Porcella, Estadão,
09/08/2025
Foto: Divulgação
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta sexta-feira, 8, contra Jair Bolsonaro.
O parlamentar solicitou uma investigação do Ministério Público sobre eventual crime do ex-presidente contra a soberania nacional. O argumento é uma declaração de Bolsonaro de que passava informações do Brasil para a equipe de Donald Trump nos Estados Unidos.
O petista resgatou uma entrevista dada por Bolsonaro em março, em que o ex-presidente diz que os EUA temem que o Brasil “vire uma Venezuela” e afirma que o País fez acordos com a China que envolveriam energia nuclear.
“Podem de ficar tranquilos, já passei para a equipe do Trump isso aí, passei em primeira mão lá atrás”, declarou Bolsonaro a jornalistas, no Aeroporto de Brasília.
“O vazamento de informações ou a solicitação de intervenção, quando partem de um ex presidente, transcendem a mera opinião política e adquirem o contorno de um ato concreto com potencial desestabilizador”, diz Solla, na representação enviada à PGR.
"Enquanto exerceu o mandato de Presidente da República, o Noticiado teve acesso irrestrito ao mais elevado nível de informações classificadas do Estado brasileiro, abrangendo segredos de natureza diplomática, militar, de inteligência e de estratégia governamental. Esta posição impunha-lhe, por força do cargo e do juramento prestado, um dever absoluto de sigilo e lealdade para com a Nação“, emenda o deputado.
Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federa (STF) no caso da trama golpista de 2022 e cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, além de ser alvo de uma série de outros inquéritos. Ao anunciar um tarifaço contra o Brasil, Trump defendeu o ex-presidente e chamou seu julgamento na Corte de “caça às bruxas”.
Por Estadão