O senador Otto Alencar bobeou e foi pego de surpresa; com a experiência política que tem, deveria ter observado há um ano atrás que o governador Rui Costa fazia um trabalho tão digno de aplausos, que seria muito improvável que o governador não quisesse se candidatar em 2022.
Desde o início da pandemia, Rui se mostrou um político com habilidade acima da média, quando estabeleceu uma parceria no enfrentamento a Covid-19 com o histórico adversário do PT, o pré candidato a governador, ACM Neto.
ACM Neto, também astuto, não quis enfrentar Rui Costa há 3 anos atrás, porque sabia do bom momento político que vivia o governador e agora candidato a senador, Rui Costa.
Jaques Wagner talvez tenha sido pego de surpresa também, mas vive situação mais cômoda, pois ainda será senador por mais 4 anos e na altura dos seus 71 anos de idade, sabe que depois de 16 anos do PT no poder na Bahia, tendo sido eleito e reeleito governador; ajudado a eleger Rui, o qual foi reeleito muito por méritos próprios, Wagner sabe que não convém abusar da boa vontade dos baianos.
O PT na Bahia não tem nenhuma grande nova liderança; nenhum nome de vulto, a não ser o próprio governador Rui Costa, que sabe tão bem disso, que decidiu não ficar de fora da disputa nas urnas em 2022.
A situação de Otto Alencar é delicada; além de ser agora obrigado a aceitar a cabeça de chapa, correndo riscos de ser derrotado, tem que ouvir e ver uma espécie de desaforo em entrevistas de deputados e lideranças petistas e pessebistas, como se fosse Otto o autor de tamanho cavalo de pau em pleno Transatlântico.
Otto Alencar, se tivesse observado essa possível reviravolta há um ano atrás, teria se preparado melhor para não aceitar ou para aceitar a agora difícil decisão de última hora de ter que enfrentar ACM Neto que vem se preparando para essa disputa há anos.
Por Salvany Cotrim