Éden Valadares destacou que a nacionalização da campanha não depende do desejo dos candidatos ou das campanhas, mas sim da polarização política que o país vive
Por Mateus Soares, Tribuna da Bahia, publicado em 02/05/2024
O presidente do Partido dos Trabalhadores na Bahia, Éden Valadares, declarou que a oficialização do apoio do PL, partido de Jair Bolsonaro, a Bruno Reis (União) nas eleições municipais deste ano “não é nenhuma novidade”, considerando, segundo ele, que o atual prefeito “sempre foi aliado” do ex-presidente da República.
“Zero pessoas surpresas. Essa aliança é antiga, sempre uniu ACM Neto a Bolsonaro, e agora é reeditada com Bruno e Roma. Ou seja, o apoio de João Roma a Bruno Reis reedita a aliança de ACM Neto com Bolsonaro. Estiveram juntos no governo que destruiu o Brasil, estiveram juntos nas últimas eleições e seguem inseparáveis”, opinou.
“Como muito bem disse o governador Jerônimo Rodrigues, é o mesmo risco no chão: de um lado o time deles, do outro nosso time com Lula, Jerônimo e Geraldo Júnior”, afirmou o dirigente petista.
Éden destacou ainda que a nacionalização da campanha não depende do desejo dos candidatos ou das campanhas, mas sim da polarização política que o país vive. “É óbvio que vamos apresentar propostas, discutir a cidade, debater seus problemas e são muitos. Mas, na largada, na saída, é natural que o eleitorado busque referências sobre as candidaturas apresentadas”, afirmou.
“Esse é do time de quem? Joga aliado com quem? Lula ou Bolsonaro? Salvador não é uma ilha apartada da disputa política que se estabeleceu no Brasil nos últimos anos”, acrescentou o petista. Para ele, a identidade do atual gestor da capital baiana com o ex-presidente Jair Bolsonaro “foi construída com certa naturalidade”. “Bruno Reis já declarou que votou em Bolsonaro, é apoiado pelo partido de Bolsonaro e, não satisfeito, trabalhou para não ter um candidato do PL em Salvador. Isso é mais que namoro, é casamento antigo”, concluiu Éden.
Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Alan Sanches (União) afirmou que o apoio do PL a Bruno não irá vincular a imagem do prefeito à de Bolsonaro.
“Eu acho que a gente tem que separar as coisas, o joio do trigo. Muitas vezes, quem está fraco e acha que o outro lado está forte quer buscar alternativas”, cutucou Sanches. “É assim que o governo do Estado quer, digamos, nacionalizar uma disputa regional. Hoje, se você andar em qualquer lugar da Bahia, você vai ver que a pessoa vive aquele momento, vive aquela região. Então a eleição municipal, já foi demonstrado várias vezes por ACM Neto, que é completamente descolado”, contou.
Segundo ele, isso “não quer dizer que a gente não vá, de qualquer jeito, apoiar A, B ou C no cenário nacional”. “Agora é tudo o que eles desejariam, colar a imagem da gente com quem desagradou uma grande parte da população”, completou o deputado.
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