O ex-ministro Ciro Gomes desembarcou, ontem, em Salvador, para reforçar o apoio à pré-candidatura de Leo Prates

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desembarcou, ontem, em Salvador e disse acreditar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai deixar o governo. Também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai encerrar o mandato.

“Acho que Paulo Guedes não demora (no governo). É um palpite. O Paulo Guedes está ficando assustado. Ele também acreditava que passando a reforma da Previdência, bilhões de reais viriam ao Brasil. Eu disse que seria a maior ressaca política do Brasil, porque não vai acontecer. Não aconteceu nada porque não tem efeito fiscal de curto prazo nenhum. O déficit esse ano vai piorar. O Guedes deve cair fora. Eu não vejo o Bolsonaro terminando o governo. É um mero palpite. Espero que ele não se suicide”, declarou.

Também rechaçou uma aliança com o PT. “Eu quero ir pro inferno, mas não ando mais com esse povo. Se eu quisesse andar com corrupto, eu mesmo iria me corromper”, frisou.

Ciro ressaltou, ainda, que o coronavírus não é o principal motivo da situação econômica do país atual. Para ele, Bolsonaro não gerou a crise, mas “herdou da tragédia do petismo”. O ex-ministro salientou, porém, que o presidente não tem conseguido resolver. “O coronavírus não havia se instalado ainda quando o Brasil perdeu algo ao redor de 70 bilhões de dólares de fuga de dinheiro estrangeiro. Por quê? porque os caras não são doidos. Estão vendo a crise. (…) o que eles vão fazer? Estão indo embora procurando um lugar onde, pelo menos, onde tenha paz jurídica, confiança nas instituições e um presidente sério”, declarou. “Você tem um quadro econômico desta natureza (de crise). Para onde a gente tem que olhar? Para a política. E quando a gente olha para política, a gente vê o aperfeiçoamento trágico, assustador este momento grave. E nós olhamos e temos um canalha na presidência da República. Eu sei o quanto duro o que eu estou dizendo”, acrescentou.

Em entrevista coletiva em um evento em que o pré-candidato a prefeito, Leo Prates (DEM), anunciou os princípios do seu programa de governo, Ciro falou sobre as eleições. Admitiu que “quer muito” ser candidato à Presidência da República em 2022. Afirmou que seu partido tem “contradições” com o Democratas, apesar da aproximação entre as duas siglas. “Estamos aqui construindo esse caminho nacional, e nesse caminho nacional, a nossa conversa com o Democratas é uma conversa muito delicada pelas nossas contradições. E, para que essas contradições não sejam manipuladas, temos que trabalhar com franqueza e sinceridade. (…) Temos que ter a delicadeza de que a nossa candidatura (de Leo Prates) não será uma candidatura de confronto a ACM Neto.

Como vai ser isso na prática? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos”, afirmou Ciro, ao dizer que ACM Neto faz uma “grande administração” na capital baiana.

Ciro também falou sobre as milícias no país. “Parte das Polícias Militares do Brasil é um problema grave, uma ameaça importante à democracia (…) Hoje quem manda no Rio de Janeiro não é poder democrático político. São as milícias. Esse fenômeno de milicização de parte das polícias tem que ser enfrentado com muita dureza. Esse é o meu compromisso. Chegando ao poder no Brasil, vou dar uma limpa geral”, declarou.

Fonte: Tribuna da Bahia

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