O radialista Clóvis Júnior da 106 FM de Guanambi, disse em live, que fez uso da ivermectina para prevenir do coronavírus. Na live, participaram a deputada Ivana Bastos e o Senador Otto Alencar, quando o assunto estava sendo discutido sobre o vermífugo. 

Assim como aconteceu com a hidroxicloroquina no início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, as farmácias de Salvador enfrentam a falta desse
medicamento que promete o milagre da cura da Covid-19: a ivermectina.

A ivermectina é um remédio usado no tratamento de infecções causadas por vermes e parasitas e que ganhou destaque a partir do mês de abril, depois de um estudo da Biomedicine Discovery Institute (BDI), em Melbourne (Austrália), publicado na Antiviral Research, indicando que o medicamento foi capaz de conter o avanço e inibir a replicação do SARS-CoV-2 (Covid-19) em teste in vitro (em laboratório).

ESPECIALISTAS NÃO RECOMENDAM O USO DA IVERMECTINA PARA PREVENIR DO CORONAVÍRUS 

De acordo com o médico infectologista Matheus Todt, o fato de o teste ter apresentado resultado positivo em laboratório não significa que ele possa realmente agir contra o vírus quando utilizado por humanos, podendo não ser eficaz.

Em estudos anteriores, a ivermectina chegou a apresentar eficácia para frear a replicação de alguns vírus, como o da dengue e até o vírus da Aids (HIV), mas, assim como na Covid-19, sua eficácia também não é comprovada.

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou sobre os riscos de tratamentos para o novo coronavírus (SARS-CoV-2) que utilizam Ivermectina — remédio normalmente indicado para o combate de vermes e parasitas. De acordo com o órgão, não há comprovação científica de que a ivermectina seja efetiva no tratamento da COVID-19.

Se por um lado não há comprovações da eficácia do anti-parasitário, por outro lado está documentando os efeitos colaterais e os riscos do uso do medicamento sem prescrição médica. “No caso da Ivermectina, os principais problemas (eventos adversos) são: diarreia e náusea, astenia [perda da força física], dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos; em relação ao sistema nervoso central, podem ocorrer tontura, sonolência, vertigem e tremor. As reações epidérmicas incluem prurido, erupções e urticária”, afirma a nota da Anvisa.

Salvany Cotrim