O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que, se o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) tivesse unificado o enfrentamento da pandemia da covid-19, ele teria uma reeleição certa em 2022. “Se logo no início ele tivesse ido atrás de combater a pandemia com os estados e partidos, hoje ninguém tiraria a eleição dele”, falou Temer em entrevista à CNN.

Na análise do ex-presidente, a postura de Bolsonaro contra a vacina da covid-19, especialmente para crianças, mostra falta de “raciocínio pragmático” de buscar votos além da sua base de apoio. “O que ele tem feito é afastar aqueles que são a favor da vacinação, que tem se mostrado importante. Foi um equívoco do presidente combater a vacina”, disse.

Levar eleição em primeiro turno não é fácil”

Sem dizer o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Temer alertou que “levar [eleição] no primeiro turno não é fácil”. O emedebista também disse ser muito cedo para acreditar que pesquisas de intenção equivalem à vitória do pleito. “Ao longo da campanha vão surgindo tantas objeções, não sei se o candidato hoje com 40% se mantém nesse patamar”, disse.

Ontem, uma pesquisa da Genial/Quaest revelou que Lula está com 45% das intenções de voto. Bolsonaro aparece em segundo, com 23%, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%, o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 5%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 3%, e a senadora Simone Tebet (MDB), com 1%.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e Luiz Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram. “Com o país dividido como está, em grupo Lula, Bolsonaro e terceira via, é difícil ter eleição em primeiro turno”, reforçou. Perguntado se já chegou a conversar com Lula sobre as eleições de 2022, Temer afirmou ter sido contatado por um intermediário, mas que apoia integralmente a pré-candidata de seu partido, Simone Tebet.

Uol