Ademir Ismerim criticou a oposição ao ex-prefeito de Salvador, acusando-a de usar declarações de forma maldosa 

O advogado responsável pela defesa do candidato ao governo do estado pela União Brasil, ACM Neto, na eleição estadual de 2022, Ademir Ismerim, esclareceu que a declaração racial do político como pardo não teve culpa.

Segundo Ismerim, houve um equívoco no preenchimento do Registro de Requerimento de Candidatura (RRC) por um assessor de Neto, que inicialmente o cadastrou como branco, mas a correção foi solicitada posteriormente. 

Em uma entrevista ao Política Pod, podcast do Política Livre, Ismerim explicou: “O ACM Neto tinha se declarado pardo na eleição anterior. Aí tem uma coisa chamada RRC, que foi preenchido por um assessor dele. E preencheu como branco. E depois ele pediu para mudar, algo normal. Aí fizeram essa confusão toda. Falaram que ele mudou para receber mais recurso, mas isso não existe. A cota de gênero que leva a receber mais. E os proporcionais. Não tem a ver com a executiva.” 

O advogado também criticou a oposição ao ex-prefeito de Salvador, acusando-a de usar a declaração de forma maldosa. Ismerim enfatizou que ACM Neto não teve culpa alguma e seguiu o que já havia declarado em eleições anteriores. 

Após a autodeclaração como pardo à Justiça Eleitoral, ACM Neto participou de uma entrevista na TV onde apareceu com um tom de pele atipicamente bronzeado. Ao ser questionado sobre sua autodeclaração, Neto respondeu: “Eu me considero pardo, você pode me colocar ao lado de uma pessoa branca, há uma diferença bem grande. Negro não, não diria isto, jamais.” O político também destacou que o erro estava no IBGE, não nele. 

A polêmica em torno da autodeclaração e o desconhecimento sobre os critérios do IBGE geraram desgaste para a campanha de ACM Neto. No entanto, o ex-prefeito de Salvador argumentou que desde sua campanha para a reeleição em 2016, já se autodeclarava pardo para a Justiça Eleitoral, antes mesmo dos benefícios previstos para candidaturas de negros e pardos. 

Neto classificou as acusações como “preconceituosas” e reforçou: “A minha declaração a prefeito de Salvador, em 2016, quando não havia fundo eleitoral, cota para negros e pardos, foi pardo. Eu acho que essa é a principal resposta. Provavelmente esse colunista não sabia disso.” 

O candidato do União Brasil também ressaltou seu compromisso com a luta contra o racismo, citando a implantação do programa de combate ao racismo institucional durante seu mandato como prefeito de Salvador. Ele afirmou que essa iniciativa será levada para o Governo do Estado, caso seja eleito em outubro. Neto declarou: “Eu não aceito preconceito. Fui prefeito de Salvador durante oito anos e fui um prefeito de todos, de políticas extremamente afirmativas, de combate à discriminação racial.” 

Por Henrique Brinco, Tribuna da Bahia